郷に入っては郷に従え

Gō ni itte wa gō ni shitagae

(provérbio japonês)

“Obedeça aos costumes da cidade na qual você entra”. Ainda hoje ouço a voz de meu pai no porto, a me relembrar o antigo provérbio que o guiou por toda a vida. Eu tinha vivido muito pouco nessa época. Se soubesse o que sei hoje, diria humildemente ao velho pai que nem sempre respeito e polidez são suficientes para eliminar a erva daninha do preconceito – planta insidiosa cujas raízes se infiltram pelo chão e espalham uma seiva envenenada que corrói até árvores milenares.

Eu tinha 18 anos. Ao descer do navio, num cais da América, estaria me esperando um homem desconhecido, o meu marido. Eu havia casado duas semanas antes, por procuração. Do noivo só sabia o nome, Sakae, e que era bonito e trabalhador. Durante meses, nossas famílias negociaram os detalhes do casamento. Sakae havia se mudado para os Estados Unidos dois anos antes, em busca de trabalho. O desemprego devastava o Japão e o imperador havia autorizado homens jovens a tentarem a vida nos países ocidentais, territórios férteis e novos.

Eu era o que chamavam de “picture bride”, uma noiva que só se conhecia por fotografia. Havia uma razão: nenhuma mulher americana “decente” casaria com um homem japonês – e havia milhares deles. Meu povo experimentava, por tabela, o brutal preconceito que os americanos nutriam contra os chineses instalados na costa oeste do país. A tal erva daninha já havia contaminado a boa terra quando, em 1907, uma escola de San Francisco, na California, quis separar os asiáticos dos estudantes brancos. Resistimos e conseguimos reverter a segregação, mas houve um preço: o governo dos EUA proibiu a vinda de mais homens japoneses. A partir de então, apenas mulheres seriam aceitas, exclusivamente para casarem com os solteiros japoneses.

Lembro das sensações contraditórias que se agitavam em mim quando vi a foto de Sakae pela primeira vez. Bonito, magro, com olhos que mostravam determinação e segurança. Eu confiei no desconhecido Sakae e aceitei o desafio. Menos por intuição e mais por saber que os funcionários do governo japonês examinavam cuidadosamente os candidatos a emigrar: deveriam ser alfabetizados e de bom caráter. Esperava-se deles que representassem o império de forma positiva, integrando-se à cultura ocidental e ao mesmo tempo preservando os valores dos samurais: dever, honra, perseverança e modéstia.

Durante toda a viagem, um vago terror me acometia  ao lembrar da minha aldeia e de tudo o que deixei. A grandeza do oceano me acentuava o sentimento de assombro perante o desconhecido, mas eu era jovem e herdeira de um povo prático e bravo. Erguia a cabeça e murmurava um outro provérbio japonês: “O destino ajuda os corajosos”.

Desembarquei no porto de San Francisco. Era verão mas o ar estava gelado, obra de um nevoeiro que – eu saberia depois – jamais abandonava a cidade. Com as malas aos meus pés, tremendo de frio, eu me perguntava o que faria se Sakae não estivesse ali. E se não me reconhecesse?

Uma voz soou atrás de mim. Calma, pacificadora.

– Sayuri…

Eu o reconheci de imediato. Sakae era igual à imagem na fotografia. Inclinei o corpo e o saudei. Meus olhos se fixaram nos sapatos brilhantes, nas unhas muito limpas. Sorri de alívio e de um amor instantâneo. Ele me olhava sem disfarçar. Vi um ar de aprovação ao passar os olhos pelos meus cabelos muito longos sob o chapéu, pelas roupas ocidentais e pelo meu rosto pequeno.

Nossa casa ficava em outra cidade, a algumas horas de San Francisco. Chamava-se San Jose. No caminho, vi pela primeira vez as colinas arredondadas da California e sorri ao ver o nevoeiro de San Francisco dar lugar a céu claro e brisa fresca.

Ele me mostrou a casinha modesta, na rua 7th, entre a Taylor e a Jackson. Tinha um pessegueiro junto à porta. Quando cheguei, as flores cor-de-rosa caíam suavemente sobre a grama, sopradas pela brisa. Um poema de boas-vindas. Sorri pela terceira vez no dia.

À hora do jantar, pus o quimono do casamento e enfeitei os cabelos. Ouvi quando Sakae deixou os sapatos à porta ao voltar do trabalho. Meu coração deu um salto.

Meu marido me olhou em silêncio, com um leve sorriso nos lábios, e desapareceu na direção do lavatório.

Eu o servi de chá, gohan, peixe, legumes. Elogiou a comida. Agradeci inclinando a cabeça e esse gesto era maior que parecia: ouvíamos muitas histórias sobre maridos cruéis. Perguntei onde ficava o mercado. A resposta constituiu o meu primeiro choque. Não éramos tão bem-vindos quanto se dizia no Japão. Não podíamos fazer compras nas lojas dos americanos. Também éramos proibidos de ter nossos próprios negócios ou comprar terras. Os fazendeiros nos arrendavam os piores terrenos a preços exorbitantes. O serviço era árduo e todos tínhamos de trabalhar nas plantações. 

Não demorei a compreender que os outros moradores de San Jose não queriam japoneses e chineses como vizinhos. Chegaram a fazer uma petição à Prefeitura para nos negar serviços públicos essenciais. Éramos obrigados a produzir tudo o que precisávamos. Serviços médicos e religiosos, compras de alimentos e roupas só poderiam ocorrer na área minúscula que chamavam de Chinatown e agora Japantown. Ali, um americano generoso, Sr. Heinlen, havia permitido aos chineses se estabelecerem no seu terreno. Nós, os japoneses, buscamos ficar próximos dos vizinhos asiáticos.

Deixar a sua terra e mergulhar em outra cultura é praticamente renascer. Aprende-se novamente a falar, a escrever, a se portar. E se o dono da casa recebe as visitas com hostilidade, aprofunda-se o isolamento. Não se revida as bofetadas, por medo. Não sei explicar ao certo, mas é como se algo nos impedisse de nos manifestar plenamente, de reivindicar direitos básicos. Sempre estrangeiros, hóspedes indesejáveis tentando não incomodar o proprietário.

Minha escolha foi seguir o conselho de meu pai: abri ouvidos e olhos a fim de aprender. O provérbio do respeito aos costumes locais me guiava.

Meu povo é notável. Respondemos às adversidades, à barreira do idioma, ao preconceito e à rejeição com trabalho diligente e dignidade. O resultado foi que nas piores terras da California, em terrenos que não chegavam a 3% do total, os fazendeiros japoneses se tornaram responsáveis por mais da metade da produção agrícola. A produtividade era sete vezes maior. Nosso segredo? Trabalhávamos sem descanso, trocávamos informações que beneficiassem uns aos outros, nos apoiávamos em todos os aspectos, inventávamos máquinas e técnicas inovadoras de irrigação e de plantio. Extraímos da terra tudo o que ela poderia nos dar.

Aos poucos, nossas memórias mais caras ganharam espaço no ambiente restrito em que vivíamos. Erguemos o templo budista da rua seis, celebramos nossos festivais e promovemos campeonatos de sumô e kendô.

Unidos, prosperamos.

Meus dias se adoçaram com a chegada de cada um de nossos meninos, pequenas bênçãos a iluminar meus dias. O primeiro deles, John Takezo, honrou o nome japonês desde cedo. Um guerreiro de olhos faiscantes, que aos seis anos já empunhava a espada de kendô com perícia e vestia com orgulho a armadura negra. Depois dele vieram meu raio de sol, George Asahi, um artista; e o brilhante Paul Akira, apaixonado pelos números.

É um desafio criar filhos em culturas diferentes da que viemos. Enquanto eu e Sakae tentávamos equilibrar ocidente e oriente, nossos filhos tornavam-se adolescentes completamente imersos no que a América lhes oferecia. O Japão havia ficado para trás. Hoje penso no quanto foi difícil para eles crescerem entre dois mundos que lutavam para dominar o terreno largo do coração.

O mais velho estava com 18 anos quando veio a guerra. O Japão tornou-se o inimigo após o ataque a Pearl Harbor. Para nós se iniciava a hora da grande provação. Nas ruas, as hostilidades pioraram, com agressões e insultos cada vez mais frequentes. O Departamento de Justiça mandava espiões sondarem a nossa fidelidade e circulavam rumores de que seríamos presos ou mortos. Nunca revidamos. O silêncio era a nossa resposta. Compreendíamos a gravidade do momento e as paixões insufladas nos corações dos donos da terra.

Logo foi decretado um toque de recolher para a população nipo-americana. Das 20h às 6 da manhã não poderíamos deixar nossas casas. Recolhidos e atormentados, vimos nossos piores temores se tornaram realidade em 17 de fevereiro de 1942. Naquele dia, os postes da cidade amanheceram cobertos de cartazes com a ordem executiva 9.066, assinada pelo presidente Roosevelt: determinava a prisão de todos os japoneses e seus descendentes que vivessem em  território americano. Não importava se os nossos filhos eram cidadãos americanos. Quem não se apresentasse voluntariamente, seria caçado, capturado e levado à força. Nossas contas bancárias foram imediatamente congeladas. Mais de 120 mil homens, mulheres e crianças de ascendência japonesa seriam enviados a campos de concentração, no interesse da segurança nacional.

Mesmo os nascidos nos Estados Unidos não escaparam. Deixaram ser cidadãos e passaram a ser chamados de “não estrangeiros”. Estávamos no limbo. Não tínhamos mais pátria. Até hoje meus filhos prezam a palavra cidadão porque seu próprio governo, durante um período, não estava disposto a usar essa palavra para descrevê-los. E isso causa uma dor funda e inapagável.

O governo desejava se prevenir. Julgava que poderíamos ajudar o Japão via atos de sabotagem, espionagem e traição. Em resumo: condenados sem cometer qualquer crime e sem razão de suspeita, já que todos os relatórios oficiais nos apontavam como leais aos Estados Unidos. Havia uma segunda razão, que todos bem sabíamos: eliminar os fazendeiros japoneses que competiam e sobrepujavam os americanos – algo que me lembrou um outro provérbio japonês: “O prego saliente será martelado”. O governo dos Estados Unidos disfarçou tais intenções, informando que o encarceramento pretendia nos proteger do forte sentimento de ódio aos japoneses, que tomava o país. Ódio perfeitamente traduzido por uma frase do general DeWitt: “Um japonês é uma víbora. Não importa onde ela vive: sempre será uma víbora”.

Deram uma semana de prazo para nos apresentar no ginásio masculino da Universidade de San Jose, levando apenas o que pudéssemos carregar. Em poucos dias, dissolveu-se o fruto das nossas vidas. Casas, móveis, veículos, louças, roupas – tudo vendido por centavos nas chamadas liquidações de evacuação. Abandonávamos todo o restante, inclusive os animais de estimação, que eram proibidos. Muitos vizinhos perderam tudo. Hoje se estima que nossas perdas ultrapassaram três bilhões de dólares.

Alguns de nós tiveram a sorte de encontrar pessoas de bom coração que concordaram em cuidar de nossas propriedades. Nós nos referimos ainda hoje a esses gestos de bondade usando a expressão “kansha”, uma palavra japonesa que expressa gratidão.

Tudo foi feito de forma atropelada e pagamos alto preço por isso. Da noite para o dia, a War Relocation Authority teve de abrigar 120 mil nikkeis enquanto eram construídos os campos de concentração.  Não havia muitas opções, os hotéis nos rejeitavam e ninguém se dispunha a abrigar uma gente que tinha a cara, o sangue, a pele e os olhos do inimigo. A solução foi nos colocar, temporariamente, em estábulos e acampamentos improvisados nas pistas de corrida e espaços de feiras livres.

Os estábulos tinham um odor terrível de urina e fezes de animais. Nos demais, estávamos expostos ao frio, à chuva e ao vento. Vivemos nessas condições subumanas por um ano inteiro. Logo nós, um povo afeito à limpeza e à ordem.

Sete estados receberam nossas famílias aterrorizadas. Fomos espremidos em trens, com as cortinas fechadas para que a população americana não nos visse e ninguém soubesse para onde nos levavam.

Os campos de prisioneiros estavam localizados em áreas isoladas e desabitadas, a maioria em desertos e pântanos, talvez seguindo intencionalmente a terrível recomendação de um colunista do Hearst, Henry McLemore: “Reúna-os, empacote-os e dê-lhes um quartinho nas terras ermas. Deixe-os esmagados, feridos, famintos e mortos”. No Arizona, colocaram nossa gente em reservas indígenas. Os Conselhos Tribais foram contrários: recusavam-se a permitir que suas terras fossem usadas para infligir a outros o mesmo tipo de injustiça a que haviam sido submetidos. Não foram ouvidos, é óbvio.

Fiquei no campo chamado Heart Mountain Relocation Center, em Wyoming. Cada prédio tinha seis quartos. As paredes, tão finas, permitiam ouvir tudo o que acontecia no aposento dos vizinhos – algo que violava a nossa milenar discrição e autopreservação.

No minúsculo quartinho de madeira, um fogão, um bocal de lâmpada, seis camas de campanha com sacos de dormir e cobertores. Forrávamos os sacos de dormir com o feno que estava numa pilha do lado de fora. Se quiséssemos móveis como cadeiras, baús ou mesas, tínhamos de construí-los com restos de madeira. Não havia banheiros ou cozinha, apenas um grande lavatório, com buracos no chão em lugar de sanitários. Sem qualquer privacidade. Sakae mergulhou em pura melancolia ao ver o local. Ambos lembrávamos da casinha de dois quartos em San Jose, comprada com tanto sacrifício.

Ainda assim, não reclamamos. A maioria de nós sentia que era nosso dever dar apoio ao governo americano durante a guerra. Poucos de nós se recusaram a cumprir as regras de evacuação e buscaram na Suprema Corte a garantia de seus direitos. Gordon Hirabayashi e Minoru Yasui estavam entre esses raros: questionaram o confinamento, alegando que italianos e alemães vivendo nos Estados Unidos jamais receberam tratamento semelhante. Prisão mesmo? Só para nós, cuja aparência traía a origem. Por isso entendi quando Fred Korematsu se recusou a cumprir a ordem de evacuação. Ele e a namorada italiana lutaram bravamente. Fred chegou a fazer uma cirurgia plástica, mas foi descoberto e enviado para um campo de prisioneiros. Outro prego saliente martelado.

Concentrei as minhas forças em cuidar da minha família e manter meu quartinho em condições mínimas de ordem e limpeza. Era exaustivo. Eu cozinhava, lavava, costurava roupinhas para os meus filhos. Tentei enfeitar a nossa pobreza criando cortinas e tapetes para o cubículo. O espaço entre as tábuas deixava entrar poeira, areia e insetos. Eu e as outras mulheres usávamos cordas e lençóis para ter alguma privacidade.

Buscamos nos amparar, dando aulas para as crianças, carregando malas dos que chegavam, limpando os banheiros coletivos, auxiliando as mulheres sozinhas (vários homens que tinham profissões de destaque, como pregadores budistas ou professores de japonês, foram presos e suas famílias enviadas para os campos de encarceramento). Embelezamos o ambiente, varrendo as ruas, plantando flores e hortas, buscando emprestar alguma normalidade ao caos.

Logo surgiria mais um foco de conflito. Aos homens adultos foi apresentado um questionário no qual se perguntava se queriam servir como militares e jurar fidelidade aos Estados Unidos. Trabalhariam em diversas frentes, de combatentes a tradutores. Isso causou a primeira dissensão na nossa comunidade e na minha família. Takezo, nascido nos Estados Unidos, decidiu se alistar. Eu e Sakae, que não tínhamos cidadania americana, temíamos ser deportados. Nesse contexto, jurar fidelidade aos EUA seria ameaçar a nossa vida caso fôssemos obrigados a retornar ao Japão. Escolha difícil. Pais contra filhos – há algo mais dolorido neste mundo?

Ansiedade e incerteza pairavam sobre nós. Meu filho e outros jovens nipo-americanos ansiavam por demonstrar lealdade ao país em que nasceram, mas não receberam autorização para se juntar aos demais combatentes. Foram segregados em batalhões especiais. Nos primeiros anos recebíamos as notícias dele:  seu batalhão, o 442, tinha base no continente e uma certa rivalidade com o 100, também nipo-americano e baseado no Havaí. Os do 442 tinham sangue no olho, seu lema era “Bota pra quebrar”, enquanto os soldados localizados no Havaí eram mais contidos e tinham como lema “Lembre de Pearl Harbor”. A rivalidade rendia apelidos e provocações. Os do Havaí eram chamados de cabeça de Buda pelos do continente; e revidavam apelidando-os de “katunks”, o barulho que faz o coco ao cair no chão. Demorou algum tempo para se unirem.

Os anos da guerra corriam lentamente. O tempo pinga, gota a gota, quando há sofrimento. Nos acampamentos, eu e Sakae nos tornamos ainda mais silenciosos. Eu recitava de memória os versos do Dhammapada, ele esculpia pássaros em pedaços de madeira que encontrava. Todos os pássaros tinham as asas abertas, congelados em pleno voo. Alguns de nós escreviam poemas, faziam desenhos e pinturas, buscando na arte o único refúgio possível para escapar da realidade das cercas de arame farpado, dos guardas armados,  das sentinelas nas torres de vigia e das luzes de busca no breu da noite.

No front, muita coisa mudou. Em 1944, foram os nossos nisseis que salvaram os Texas Rangers cercados pelos nazistas nas montanhas Vosges. Uma batalha épica que nos custou 800 vidas. Nossos filhos se destacaram por sua bravura e, ao fim da guerra, o batalhão 442 surgiu como a mais condecorada Unidade da história das Forças Armadas dos Estados Unidos – mais de 18 mil medalhas. Eu e Sakae recebemos as medalhas de Takezo e as depositamos no altar da família, junto à fotografia dele em uniforme militar. Foi a única vez que Sakae tocou no assunto. Disse suavemente, ao notar meus olhos úmidos: “Talvez eu devesse ter escolhido um outro nome para honrar Musashi. Takezo trazia o peso da espada. Niten Dōraku é um nome budista. Teria sido mais adequado”.  Meditei por alguns segundos e respondi, lutando para que a voz não tremesse: “Antes de ser Takezo, ele era John, cidadão americano.”

Hoje, aos 80 anos, já vi o pessegueiro florir dezenas de vezes. Anualmente ele me oferece a silenciosa lição do recomeço. A cada inverno, quando vejo seus galhos nus de folhas, lembro do último provérbio a me acompanhar: “Makeru ga kachi, perder é vencer”, um dos mais enigmáticos ditos da sabedoria popular, que sintetiza a filosofia de saber perder a fim de vencer a si mesmo e tudo reiniciar na próxima estação. Estou de mãos vazias, mas não indefesa. Minha herança ainda está viva em mim. Ela me mantém acima de todas as dores.

A mim agora basta uma tigela de arroz sob a luz da lua.

Tsuki-yo ni kome no meshi

***

Esta é uma obra de ficção, com personagens criados pela escritora Sonia Zaghetto. Entretanto, todos os fatos históricos mencionados no texto são reais.

A frase original de Henry McLemore, citada no texto: “I am for the immediate removal of every Japanese on the West Coast to a point deep in the interior. I don’t mean a nice part of the interior either. Herd ‘em up, pack ‘em off and give ‘em the inside room in the badlands. Let them be pinched, hurt, hungry and dead up against it. Personally, I hate the Japanese. And that goes for all of them.”  Hearst Newspapers.1942

Links recomendados:

Heart Mountain Center (Campo de confinamento que abrigou a maior parte da população nipo-americana de San Jose)

Japanese American Museum of San Jose

442nd Infantry Regiment

Lost Battalion (a batalha nas Montanhas Vosge e o resgate dos Texas Rangers)

Abaixo, você vê fotografias de Sonia Zaghetto sobre o acervo do Japanese American Museum, em San Jose, California.